Leiam, reflitam, sonhem, viajem e comentem... Os comentários são importantes para sabermos suas opiniões.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ONIPRESENTE

Sinto
Por toda parte
A energia
Me atinge
Como um raio
Chego a cambalear
Logo me ajeito
Não posso fraquejar
Porque tenho muito
A saborear
De tudo
Que me rodeia
Do mundo
Que tenho cravado
Abaixo dos pés
Mas
Às vezes
Somente
Às vezes
Me perco
Pensamento longe

Nas nuvens
Sinto
Tormento
Delicioso
Tormento

                                   Adri Verdi


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SEGURA PELO FIO DA TUA AMIZADE

Mantenha-se por perto
Porque nem sempre serei forte
Nem sempre a vida
Vai me fascinar
A ponto de achar
Que tenho sorte
Mantenha-se por perto
Porque nem sempre os ruídos
Em minha mente
Serão ecos de risadas
Nem sempre lembrarei
Das adoráveis canções passadas
Mantenha-se por perto
Antes que me iluda
Que vague para longe
E me perca
Nesta lama imunda
Que nada tem
A ver com o que quero
Para o dia de hoje.

                                  Adri Verdi 


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SAUDADE

Aqui, quieta...
Observo o lago
Meu local favorito
Mantenho a parência serena
Sorriso na boca...
E por dentro?
Como sinto?
Ninguém sabe...
Ninguém vê
Chora essa minha alma
Bem baixinho
Que é pra não assustar
Ou por medo de denunciar
Não sei ao certo
Hora de ir
Passos firmes
E por dentro?
Desabo...
Se vc me perguntasse
O por que disto tudo
Eu responderia...
Saudade.
 
                                        Adri Verdi


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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TEMPESTADES

Você procurou por sentimentos em sua alma,
você foi buscar no fundo de si mesmo
a essência da sua fé.
você refez seus passos em busca de respostas
que justificassem seu destino,
você lutou com as armas que tinha,
você julgou que a vida seria
uma jornada maravilhosa
e que estava protegido de todo mal.

Então, encorajado, você partiu pra vida,
a estrada, a princípio, parecia simples e reta,
mas logo a seguir tomou tantas curvas
e depressões e foram tantos vales,
abismos e montanhas que você
até já esqueceu o caminho de volta
e agora está perdido, vagando
em emaranhados de solidão.

Não sei se você se sente assim como me sinto,
se você também desperdiçou um longo
e precioso tempo nessa busca inútil,
ou se você ao menos entende do que falo.
Então, deixe que eu me aproxime, e fale,
Lembra quando você era criança e,
no domingo, seus pais o levavam para passear
e você pensava o que você ia ser quando crescesse
e você era feliz e suas dúvidas e perguntas
eram tão inocentes quanto você.

E hoje, veja bem esse dia, que lhe parece?
O vento, em rajadas tão brandas,
a flor de laranjeira embalsamando o ar
em que respiramos e esse estranho calor no ar
e essas nuvens negras no céu anunciando
que a tempestade logo vem.

Por isso te digo: “mantém sagrada
tua mais alta e nobre aspiração,
porque são suaves as tempestades,
e muito sutis, quando te pegam abrigado,
porque são inevitáveis as tempestades
e um dia te pegam desabrigado.

                                                           Sheila Camargo


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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ESTAR SÓ É ESTAR COMPLETO

Escrevo, não por vaidade,
mas por necessidade,
só, me sinto completa
sinto este complemento
este ímpeto, esta arte
de me equilibrar entre dias intranqüilos,
entre dias e noites sacrificados,
nesta tentativa de entender estes elos
que entrelaçam vidas e destinos...

Quantas mentiras proferidas
para poder viver
um pouco daquela verdade...

                                          Sheila Camargo


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FAGULHAS DE ENTENDIMENTO

Essas recordações que me vêm
são folhas de outono
         trespassadas
pela memória do tempo.

Sonhando de novo
num momento crucial
         num ímpeto
num lampejo de consciência
         poesias
são fagulhas de entendimento.

                            Sheila Camargo


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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

VIVO MÚSICAS

Vivo de viver as músicas,
Fazem parte da vida que vivo,
As melodias me embalam a vida
E as canções me fazem sentido.

Vivo de ouvir as músicas
Canto com elas aos ouvidos,
Faz bem ao meu dia a dia
Tocando momentos vividos.

Vivo de sentir as músicas,
Sinto dançar o meu coração,
Emocionando minha boa vida
Embalada por cada canção.

Vivo de repicar as músicas,
Não me fazem bem guardar,
Oferto à todos os amigos
À eles, sei como agradar.

Vivo de cantar as músicas
Pelas canções me encanto,
Músicas me envolvem a vida
Sou partitura de um canto.


                                  Em homenagem a amiga
                                                 Arlete ( @etelra_10 )

                                            Alexandre Taissum


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DESENHO

Tentei desenhar seu rosto num pedaço de papel almaço,
Um pequeno pedaço, sem amasso.

Tentei, mas não consegui esboçar o que seria sua face,
Nenhum contorno, nenhuma parte.

Também não consegui traçar seu triste sorriso,
Nenhum traço, nenhum risco.

Tentei seus olhos, mas estão sem vínculos,
Sem sombras, sem círculos.

Risquei seus cabelos soltos e penteados,
Mas só consegui revoltados, emaranhados.

Depois percebi que nesse desenho não era você,
Faltava muito para ser, riscos a fazer.

Mas também pudera... Você não tem sido a mesma,
Preciso que seja e eu a veja.

E quando você voltar a ser a mesma mulher,
Conseguirei desenhar o que quiser.

Com ansiedade espero que retorne à sua natureza,
Pra que eu consiga desenhar toda sua beleza.

Assim, o esboço do seu rosto será mais bem feito,
E depois acabado, o desenho mais perfeito.

                                                                                                                     Alexandre Taissum


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sábado, 21 de janeiro de 2012

PERFUME E VOZES

Ao cair da tarde de cada dia espero
Sob a copa de uma árvore frondosa,
A brisa leve que trás o aroma fino
Do perfume da flor mais formosa.

E quando as folhas caídas se movem
Arrastadas pela brisa suavemente,
Percebo que é chegada a hora
De sentir o perfume novamente.

E eu sinto perfeitamente o perfume
Passando e me deixando embebido,
Mas logo se vai com a suave brisa
Até que o aroma fique perdido.

E por vezes já escutei zumbidos
Que me pareciam vozes dos ventos,
E que penetraram meus ouvidos
Cumprimentando meus pensamentos.

Mas quando a noite se aproxima
E a brisa nada mais me trará,
Retorno para no outro dia buscar
O aroma perfumado que me inspirará.

                                                                            Alexandre Taissum


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FLORES GENUÍNAS

Mais rosas de cor champanhe
até completar todo o jardim
e que ninguém estranhe,
o Nordeste é mesmo assim...

E mesmo onde não possa nascer
as rosas que ao mundo agrada,
lá estarão outras belas flores,
naturais dessa terra sagrada...

O sol é forte e o calor também
A terra é seca e a água ausente
E mesmo assim nascem lindas flores
Na genuína forma daquela gente...

                                                                       Caroline Fernades
                                                                     Alexandre Taissum




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

NÃO É ASSIM...

Gente que fala o que pensa, fala!
Gente que pensa antes de falar, cala!
Gente que nada fala e não tem noção,
Esse só atrapalha e merece empalação...

E daí surge a rebeldia de quem fala,
Esbravejante nada sutil, jamais cala,
Descrevendo em detalhes sua indignação,
Transformando sossego em irritação...

É isso? Nada... Não é assim de verdade
É só uma pessoa amável
De postura agradável
De amizade desejável...

Uma jovem senhora que sonha como todas
Como menina tem receios
Como mulher tem desejos
E como mãe tem anseios...

E pra quem entra no seu forte coração
Logo descobre a poção da boa alegria
Também do puro carinho e dedicação
Que só através dessa Chata surgiria... 


                                                                                            Alexandre Taissum





terça-feira, 17 de janeiro de 2012

OUVI DOS TEUS OLHOS...

Interessante como teus olhos falam
e denunciam a cada instante o sentimento
aprisionado em seu peito.

Que abala a imagem alegre de menina
corroendo a camada fina do seu momento
alterando todo o seu jeito.

Que não tem deixado desenvolver em você
tudo o que poderia por feliz sortimento
ainda que tarde e não feito.

Interessante como teus olhos falam
e denunciam a tristeza no seu sorriso
que tanto sufoca o coração.

Que abala a imagem alegre de menina
por ter passado por instante impreciso
de um sonho que foi ao chão.

Que não tem deixado desenvolver em você
o ímpeto de liberdade por demais merecido
e que ainda luta em vão.

Ouvi dos teus olhos que só em querer mudar
tal inconveniência que você quer afastar
e que certamente logo partirão.

E daí você se sentirá renovada e livre pra voar
por entre as nuvens que habitaram o seu sonhar
nos mais belos momentos de sofreguidão.

E será feliz por tudo aquilo que quis;
e seu lindo sorriso voltará a ser feliz;
e seus olhos nada mais denunciarão... 

                                                                                                          Alexandre Taissum


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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

LITERATURA DE UM SONHO / LITERATURA DE UN SUEÑO



LITERATURA DE UM SONHO

Entre as páginas do livro adormeceu
E pelo conto imaginário se rendeu,
Atravessou rios de palavras pontuadas
E a travessia das cordilheiras venceu.

Inconsciente foi levada pelo que leu,
Por entre nobres sonhos do seu apogeu
E feliz se aproximava do que almejava,
Baseada no parágrafo que a favoreceu.

O livro aberto sob a face permaneceu
Com ilustração que pouco convenceu,
Não atraiu pelas gravuras estampadas
Mas pelo enredo que parecia ser o seu.

E distante chegou depois que percorreu
Terras encantadas que o autor descreveu
E tudo para encontrar um lindo príncipe
Originário dos Pampas, segundo o que leu.

E ao chegar descobriu e se entristeceu
Com um fato que a história lhe escondeu,
Pois o jovem príncipe não morava mais lá,
Buscou outras guerras em solo europeu.

Então a menina acordou do sonho e prometeu:
Que jamais desistiria do amor que a acometeu,
Fechou o livro pra selar aquele capítulo
Na esperança de realizar seu sonho plebeu. 

                                                                                                     Alexandre Taissum



LITERATURA DE UN SUEÑO

Entre las páginas del libro dormido quedó
Y por el cuento imaginario se rindió,
Ríos cruzados de palabras salpicadas
Y ganó el cruce de los Andes.

Inconsciente fue tomada por la lectura,
Por entre nobles sueños de su apogeo
Y feliz se acercaba a la tan ansiada,
Basado en el párrafo que los favorecidos.

El libro abierto debajo de la cara se mantuvo
Con la ilustración que poco convencido,
No atraídos por grabados estampadas
Pero por la trama que parecía ser su.

Y lejano llegó después que recorrió
Enchanted lands que describe el autor
Y todo lo posible para encontrar a un príncipe hermoso
Originarios de los Pampas, de acuerdo con lo que lees.
         
Y para llegar a descubierto y si entristecido
Con un hecho que la historia escondió,
Debido a que el joven príncipe no vivía allí,
Buscó otras guerras en suelo europeo.

A continuación, la chica despertó del sueño y prometió:
Que nunca sería predeterminado de amor que la incautada,
Cierra el libro para celebrar ese capítulo
Con la esperanza de cumplir le soñar plebeyo. 

                                                                                                                                         Alexandre Taissum



domingo, 15 de janeiro de 2012

AMANTES & POESIA

...e foram então deixados a sós
para repensar:
sempre com uma louca vontade
de fazer coisas grandes
de deixar grandes marcas
e, na cabeça,
                   a certeza
                   a mortal sentença
de que nunca
                   jamais saberá
o que foi que fez,
até onde chegou.

Poesia,
é para aqueles que chagaram às vias de fato,
que mergulharam ao fundo do sentimento
onde brotam e florescem
as grandes inspirações.

Os amantes,
estão completos e extasiados
(seus potes estão cheios)
em seus crepita
a chama viva da paixão,
unindo suas vidas
estreitando seus laços
os amantes crêem ser os vencedores do mundo.

A poesia,
companheira das horas mansas,
amuada e solitária
em seu frio leito,
sempre a postos estará,
em seu humilde regaço.
Sabe que é com o olhar
perdido nas distâncias,
com a dor de rever
antigas paragens
que o filho retorna ao lar.

E, quando abrandar o fogo da paixão
e as labaredas não mais derem o seu calor,
quando as cores da sua primavera se extinguirem
e em seus lábios provar o frio beijo
do inverno que chega,
lembrar-se-á o poeta do lar esquecido,
com seu interior aquecido e receptivo.

O afastamento da poesia
para que a paixão
possa arder e vibrar
é proposital e fatal.
O destino a todos sorri,
com seus encantos de sereia.


                                Sheila Camargo


A AUTORIDADE

     Em épocas remotas, as mulheres se sentavam na proa das canoas e os homens na popa. As mulheres caçavam e pescavam. Elas saíam das aldeias e voltavam quando podiam ou queriam. Os homens montavam as choças, preparavam a comida, mantinham acesas as fogueiras contra o frio, cuidavam dos filhos e curtiam as peles de abrigo.
     Assim era a vida entre os índios Onas e os Yaganes, na Terra do Fogo, até que um dia os homens mataram todas as mulheres e puseram as máscaras que as mulheres tinham inventado para aterrorizá-los.
     Somente as meninas recém-nascidas se salvaram do extermínio. Enquanto elas cresciam, os assassinos lhes diziam e repetiam que servir aos homens era seu destino. Elas acreditaram. Também acreditaram suas filhas e as filhas de suas filhas.

Galeano, Eduardo
Memória do fogo - volume I
Os nascimentos L& PM
Porto alegre
1940


sábado, 14 de janeiro de 2012

MEU MOMENTO INSANO


Passo meu tempo pensando na vida,
Na vida que conta por dia passado,
Contando o tempo desde aquele dia
Que vim ao mundo pra ser amparado

E desde então espero um dia só meu
Pra viver do meu jeito sem responder
Livre pra sonhar e gritar em meu apogeu
Cantar e falar pra ninguém entender

Mas difícil é entender a mim mesmo
Quando quero fazer o que mais penso
Coisa incomum, mas desejado a esmo
Agir com loucura ou duvidoso senso

E sigo assim no limite da insanidade
Naquilo que farei pra me libertar
De todos os preceitos da sociedade
Pra ser eu, só eu, sem me enganar...

                                                                                   Alexandre Taissum



AS CORES DA DANÇA / LOS COLORES DE LA DANZA



AS CORES DA DANÇA

Veste negro para dançar tango
E desliza sobre pistas polidas;
Vestido vermelho para dançar mambo
Com coração de emoções percebidas;
Usa azul para dançar o samba
Em cadenciadas passadas sugeridas;
Veste branco para dançar a vida
Verdadeira dança da beleza erguida;
E lá de Guayaquil, no meio do mundo
Com bailado da menina logo surgida
Chamada Maria de um olhar profundo
E sabedoria assimilada pela vida...

                                                                           Alexandre Taissum 



LOS COLORES DE LA DANZA

Viste de negro para bailar tango
Y desliza sobre laderas pulidas;
Vestido rojo para bailar mambo
Con el corazón de las emociones percibida;
Usa azul para bailar samba
Algunos más lento en pasado sugerida;
Viste de blanco para bailar la vida
Danza de verdadera belleza erigida;
Y allí desde Guayaquil, en medio del mundo
Con Ballet la niña pronto aparecida
Llamar a María una mirada profunda
Y sabiduría asimilados por su vida...

                                                     Alexandre Taissum



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

OS VERSOS DA VIDA...



De ventos em ventos à vida sopra
E traz nos ares o cheiro forte
De algum lugar lá do norte,
De onde talvez, traz a sorte,
E alegre me faz...

De tempos em tempos a vida passa
Vivendo dias de sol quente
Ou chuva que molha a gente
Purificando minha mente,
E alegre me faz...

De amigo em amigo a vida apresenta
E que chegam devagar pra ficar
Tomam posse do meu bem estar
Invadindo meu pequeno lar,
E alegre me faz...

De fatos em fatos a vida ensina
Que a minha felicidade é tamanha
Provém da literatura estranha
Desse dom que me acompanha,
E alegre me faz...

De versos em versos a vida me leva
Pra nascente dos ventos que sopram,
Pra origem dos tempos que passam,
Pro lugar dos amigos que chegam,
Pro mundo dos fatos que ensinam,
E alegre, a todos faz...

                                             Alexandre Taissum



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SEGREDOS

Pode ser que a gente nunca entenda
os ventos, as nuvens e a chuva
e as pedras do caminho,
as coisas que a gente carrega
no fundo do sentimento,
as coisas que a gente esconde
nas estantes do esquecimento.

Um segredo para eternizar
uma tarde no começo
do mês de janeiro,
uma tarde que não cansa
de ter o seu silêncio,
uma tarde que não cansa
de entardecer.
             
                               Sheila Camargo



EXPLICANDO EMOÇÕES


Pra quem tem beleza estampada num sorriso
E um brilho individual que emana dos olhos,
Jamais imagina reações que tanto provoca
No alheio que procura visuais insólitos.
- Extraordinários e incomuns, mas com propósitos...

Mas não para erguer brados em conquistas,
Nem como supostos exageros vil aparentes,
E muito menos o que possam parecer infames
E sim, que preencham vazios impressionantes.
- Enternecedores, comoventes, por demais tocantes...

Impressionantes pelas razões das inspirações
Que movem os sentimentos da arte de criar
Formando frases e poemas regados de emoções
Dando sentidos às letras pra se fazer sonhar
- E promover muita esperança pra tudo se realizar...   

Envolvendo a vida nas mais belas citações
De quem mereça pelo jeito de se mostrar
E que carregue carisma iluminado de noções
Reagindo com caráter por todo dia que raiar.
- Em fachos dourados, emanados por ti ao brilhar...  

                                                       Alexandre Taissum  




AMOR - ETERNIDADE DO QUERER DE TODOS NÓS.

Naquele instante,
Em que todos os elementos
Se recolhiam em muda prece,
Meu coração pareceu parar
E pedir para estar só.

Eu sou aquele poeta que te falaram,
Eu transpus o abismo
Entre o sonho e o real
E contemplei cenas que
Jamais imaginei
Que pudessem se passar.

Eu entrei pela porta dos fundos
Do subconsciente
E desenterrei um amor semeado
Em terras áridas
Em estações adversas
De distantes paragens.

Aquelas mentiras, tão reais,
Quase me enlouqueceram
E me fizeram perder
A noção da realidade.
 

                                 Sheila Camargo



A CORRENTE

Ele mergulhou na corrente,
de certo, procurava
o algo,
ou o alguém...

 
                              Sheila Camargo
 
 
 
 

A CORRENTE - PARTE III

Tem a hora do silêncio,
tem o momento da busca
todos temos de ter
nossos momentos de solidão.

Para todos os fatos que se sucedem
em nossa jornada
há um sentido
e uma explicação,

Ainda que não percebamos
de imediato
ou quando estamos por demais
envolvidos pelo calor da situação.

                                         Sheila Camargo



A HORA DA VERDADE

Penso em fazer tanta coisa...
e não faço nada,
traço mapas
rabiscos
 estratégias...
e não sigo em busca do meu tesouro.

Penso em dizer tanta coisa...
e não digo nada.
penso em viver intensamente...
e não vivi nada...
refugio-me em páginas de agenda
para meu universo de sonhos
realizar.
                                     Sheila Camargo



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

QUEM É A SOLIDÃO?


Sei muito bem quem é a solidão,
Já me foi companheira viajante,
Por muitos cantos desse meu país
Além do considerável e distante...

Com ela conversava sem opção,
Contava-lhe histórias marcantes
Também lhe perguntava das suas,
Como se fosse minha semelhante.

Mas nem vulto parecia ser então,
Sem imagem que tivesse semblante,
Pois era apenas companhia em vão
Que seguia ao lado, não obstante.

Foram muitos dias sem distinção
Que juntos, por muitos instantes,
Cruzamos várias estradas de chão
Ou margeando várzeas e vazantes.

Também foram noites de escuridão
Ao qual me dava mão congelante.
Por medo? Não, só pela solidão
Almejando pelo dia clareante.

Mas acostumado andar no mundão
Um rato d’estrada incessante
Rodando sobre o negro tapetão
Ou voando em céu emocionante

Sozinho? Sim! Porém nunca, não!
Mesmo sem ver alguém relevante
Ia juntado em cada ocasião
À solidão, boa acompanhante...

Sei muito bem quem é a solidão.
Sem imagem que tivesse semblante,
Mas com ela conversava sem opção.
Boa solidão, ótima acompanhante...

                                            Alexandre Taissum






segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O MEU TREVINHO

E lá um belo dia vinha ele,
uma frágil haste de tom rosado
que logo me chamou a atenção
e despertou-me a curiosidade.
Então pus-me a observá-la diariamente,
a imaginação trabalhando a mil
mas já meio adivinhando do que se tratava.

E, alheio à minha curiosidade,
vinha ele tomando forma.
hoje é com vergonha que confesso
que em meu coração insinuou-se uma sombra
e uma preconceituosa esperança se fez,
por instantes desejei que fosse de quatro folhas.
Mas ele nasceu de três folhas
e eu apeguei-me a ele mesmo assim
e o amei do jeito que ele era.

Foi curto o tempo de vida do meu trevinho,
mas suficiente para levar para o seio da terra
em que hoje repousa um pouco de mim.
a única coisa que podia dar-lhe de mim
era água e atenção e ele era tão viçoso
em sua jovem existência, e tão verdinho.

Assim como meu trevinho aos poucos definhava
e seu verde tornava-se amarelinho,
um outro trevinho nascia junto dele,
mas não tinha o seu porte e sua elegância.
eu, a princípio, pensei que poderia
substituí-lo, mas logo reconheci ser impossível.

Ele pode não ter sido
um trevinho de quatro folhas,
mas ele foi o meu trevinho.

                                                                  Sheila Camargo



domingo, 8 de janeiro de 2012

PAUSAS MUSICAIS

Todos podemos nos tornar
aquilo que desejamos.

                            Os sons da noite,
                   a melodia dos ventos da noite
                            são-me mais caros
                            que qualquer outro som.

eu
                            a noite
                            silêncio

                            afins

não tenho a intenção de desperdiçar
         um só desses amigos

                            são horas calmas
                                      - mornas –
                            pausas musicais

é só uma rajada,
e passa,
deixando, no entanto,
vestígios.

Tem dia que entra,
tem dia que não entra
(paciência)
para destilar a poesia.

                            Sheila Camargo