Descobri num canto do mato
Uma flor muito resistente
Castigada por intempéries
Mas forte e sobrevivente
O sol é quente e resseca
O vento desloca em balanço
Mas sempre chega a noite
Que se recupera em descanso
E conversando com os vaga-lumes
Faz-se importante nos campos
Todas as mariposas a sobrevoam
Seguidas pelos pirilampos
E aos primeiros raios de sol
Ela está lá, forte para viver
Reagindo ao ciclo destruidor
Que os dias trazem pra valer
E novamente chega a calma noite
Que traz o luar brilho de prata
E de volta os insetos pra conversar
Em zumbidos ritmados como sonata
E assim vai resistindo a flor
No canto do mato em que ela é
A única que reage com o luar
Fincada na margem do Muriaé...
Alexandre Taissum
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Alex, que lindo poema! Há flores que resistem a lugares tão secos que parece até impossível. Eu percebo o carinho com que você cita o rio Muriaé em alguns poemas, deve ter uma lembrança boa no centro de seu coração.
ResponderExcluirParabéns! Amei!
Grande abraço!
@soniasalim
Tem razão, Madrinha Sonia... Tenho muitas recordações da região do Rio Muriaé. Tive o prazer de conhecer todas as cidades ribeirinhas (na verdade, todas da região), cruzei inúmeras vezes as suas margens, trafeguei por sua extensão da cidade que leva o seu nome até a sua foz. Conhecei pessoas alegres por sua existência e conheci pessoas tristes por sua bravura e rebeldia. São fases da vida, são imagens que não se apagam, são histórias que poderiam ser contadas, são fatos que marcaram o coração pelo lado bom e pelo lado ruim das lembranças e que ainda hoje, deixam saudade desse rio de histórias.
ExcluirUm dia (quem sabe?), voltarei a desfilar pela praça comprida (por onde a ferrovia trazia o progresso) e cansado de caminhar, me aproximarei do rio, sentarei à sua margem esquerda, e jogarei pedrinhas nele...